descrição
Porque de cada vez que a luz se extingue, há sempre um aroma a mar, um perfume a sol e a história, um rasto de gente: afinal, o que dá sentido o tudo o resto. E eu regresso sem nunca de lá ter saído.
é ali,
entre a pedra e o mar
que teces o branco, as mãos
e todas as estações;
ali,
memória de aço a arremessar
papoilas para que a religião una
e não separe;
sempre ali,
bailado frenético de azul e lábios
a afastar palavras
em cada gomo dos nossos dias;
ainda ali,
olhares-infantes na amurada
a ousar rotas e infinitos
atolados num hoje que nada sabe de
lemes, velas
ou astrolábios;
ali, e em nenhum outro lugar:
no seu rosto de madrugadas
adormecem as pálpebras
que o sonho e o homem
hão de para sempre
guardar.